terça-feira, janeiro 25, 2005

“WITH MY TWO HANDS”

Estou neste momento a ouvir a musica “With my two hands” do Ben Harper e a pensar na inexistência de intervenção cívica na actual sociedade Portuguesa.

Não fazemos nada por mudar, não usamos o poder que temos para procurar uma melhor solução para a nossa vida. Não nos envolvemos na política, não queremos saber dos males da sociedade e não procuramos soluções para os problemas gerais que nos rodeiam. Em suma, pouco queremos saber, mas estamos constantemente a criticar.

Dizemos mal da classe política (e de facto há pouco bem a dizer), rimos das asneiras das juntas de freguesia, achamos desapropriadas e desactualizadas as criticas e as intervenções das centrais sindicais. Mas nada fazemos. E a verdade é que ao não fazer perdemos a oportunidade de criticar, ou pelo menos de o fazer de uma forma construtiva até porque nada construímos. Destruímos as tentativas dos outros (boas ou más, com ou sem senso comum) e nada fazemos para que o país melhore.

Termino apenas dizendo que cada sociedade tem o que merece. Nós temos o Santana Lopes como primeiro ministro (demissionário, é um facto) e pelo que tudo indica, teremos o José Socrates num futuro próximo. Cada um tem o que merece. E Portugal continuará a ter o que merece. Não creio que mereçamos mais.

terça-feira, janeiro 04, 2005

SOLIDARIEDADE

Numa altura em que se fala muito de solidariedade, com o Tsunami que se “abateu” na Asia e Africa, a minha opinião é cada vez mais clara: não existe solidariedade real no mundo Ocidental. O Capitalismo não é Solidário. E os povos que vivem nele também não o são.

Vemos multiplicarem-se esforços na recolha de donativos, quer monetários, quer materiais, mas não creio que se veja Solidariedade real. Acredito mais que se trata de caridade e não de solidariedade. Não damos incondicionalmente, damos de uma forma pensada e apenas quando não nos faz falta. Verifiquemos o que se passa com os povos Orientais, muito pobres e que estão sempre dispostos a dar abrigo a mais um (mesmo que aparentemente a casa esteja lotada) ou a alimentar mais uma boca (mesmo que a família já tenha pouca comida). Isso verifica-se agora em grande escala na Asia, com as pessoas sobreviventes e que ainda têm algo (que ainda assim é pouco tendo em conta aquilo que nós, Ocidentais, temos) a darem automaticamente, incondicionalmente e sem ser de uma forma pensada e à espera de algo em troca. Não é sempre assim, mas maioritariamente.

Nós os Ocidentais, Capitalistas, somos tudo menos solidários. Por caridade damos algumas roupas (as mais velhas), algum dinheiro (quando temos a certeza que não nos fará falta) ou alguma comida (sendo que mantemos a dispensa cheia). Isso não é solidariedade, é caridade. Mas é pena. É pena que o Capitalismo, sempre pronto a criar riqueza, não seja capaz de a distribuir. E esse é mesmo o seu grande mal. Ao não ser solidário, arruina quem não está com ele. Consome os vizinhos e acabará por se auto-destruir. Assim o espero, só não sei é quando.

Diga-se que também não sei o que fazer para que a solidariedade real me envolva. Consigo atingir o “ponto de caridade”, mas infelizmente, e digo-o sem problemas, não me sinto solidário. Mas tenho pena. Sei que não nos podemos obrigar a ser solidários, tem de sair naturalmente, e isso ainda não consigo, pelo menos o tipo de solidariedade que estou a falar aqui. Se calhar ainda não me tocou de perto. Espero que nunca toque mas que um dia consiga ser de facto solidário.

Há ainda mais um ponto que me perturba nesta catástrofe natural. Sei que aquilo que tem feito o Ocidente virar as atenções para aquela zona do globo, não é tanto a morte de milhares de pessoas, mas sim o facto de entre elas estarem muitos Europeus. Se não fosse assim, duvido que a atenção fosse tanta e que a “solidariedade” tão manifestada.

segunda-feira, janeiro 03, 2005

NÂO SEI O QUE QUERO

Já não sei o que ei de fazer. Não gosto da vida que levo, profissionalmente falando, entenda-se. Ganho bem (posso considerar que cerca de €35.000 ano é um ordenado bom tendo em conta o nível de vida nacional), tenho um lugar relativamente estável numa empresa, essa sim, estável. Posso mesmo afirmar que não necessito de mais (gostava de ter mais mas sem ser uma necessidade – apenas o capitalismo em funcionamento).

Mas estou a chegar ao meu limite. Sinto que não faço o que quero mas também não sei o que quero. Isso de facto dificulta qualquer mudança já que não consigo escolher para onde ir. Provavelmente acabaria por não conseguir ir, mas seria um bom principio saber o que quero fazer. Não sei. E nem ando perto de saber.

Valerá a pena tentar mudar apenas por mudar? Valerá a pena procurar pela experiência, saber se quero tentando? Não sei. Mas também não sei o que fazer.

ANO NOVO, NOVAS RESOLUÇÕES

Começou mais um ano. Um como tantos outros. Fiz nesta passagem de ano duas resoluções. Simples mas que quero de facto cumprir. Muito simples, mas é por isso mesmo que as quero cumprir.
1. Ler mais. Já a tinha tomado no ano passado e posso dizer que cumpri. Ainda assim, continuo a querer ler mais. Estou neste momento a ler alguns livros. “A verdadeira história de Jesus”, “Lance Armstrong – Vontade de Vencer”, “Os Pensadores”, entre outros que foram deixados a meio. Quero acabar de ler estes e ler mais. Gosto de ler livros históricos, livros onde possa aprender, livros que me façam sentir bem. Neles encontro muitas vezes a tranquilidade e a calma necessárias para que os dias passem melhor. Por isso quero ler mais.
2. Estar menos tempo em frente ao computador em casa. Gosto muito de jogar computador. Gosto de jogos de estratégia (que ocupam muito tempo) e gosto de jogos multiplayer. Mas sei que passo demasiado tempo no computador. Quero passar menos. Mais uma coisa simples e que espero sinceramente conseguir.
Sei que são resoluções sem um grande peso mas quero sinceramente conseguir faze-las. Gostava de pensar que vou ser mais solidários, partilhar mais, consumir menos, divertir-me mais, dar mais aos outros. Mas isso são coisas que não se dizem, que não nos obrigamos a fazer. Ou fazemos com vontade ou não. Eu espero faze-las, mas não me vou obrigar a isso.
Acrescento apenas que decidi continuar em Lisboa. Ficar por cá pelo menos até ver. Provavelmente até ter coragem de sair.