quinta-feira, outubro 14, 2004

A OPÇÃO

Creio que surgiu a oportunidade da minha vida mas ainda não consegui tomar a decisão final.

Ao longo dos últimos cerca de 2 anos tenho pensado muito na vida que levo (eu e a minha família), no estilo de vida que tenho e no prazer que retiro dela. Estes pensamentos têm-me levado a que ponha em causa a forma de vida para a qual fui educado (e que todos nós hoje somos), uma forma de vida capitalista e materialista que, sabendo que é muito dificil de mudar, ainda assim me perturba. Tudo isto me levou a imaginar (pouco mais que isso) que a saida da urbe (Lisboa) para um local mais pequeno e menos violento (principalmente em termos económicos) me levará a ganhar algo de muito importante - qualidade de vida.

Esta evolução de pensamento, até hoje, não foi mais do que isso, pensamento. Não consegui, de uma forma significativa, ir contra o capitalismo que acredito estar enraizado na sociedade. Logicamente que a segunda parte do pensamento, a mudança para um local mais calmo, não só não deixou de existir, como se intensificou.

Essa mudança geográfica tem alguns pressupostos positivos e outros negativos. Vou enumerar alguns de ambos. Começo pelos negativos:

1. A saida de Lisboa obrigar-me-á a abdicar, ou pelo menos a prescindir em parte, da "evolução de carreira" (pelo menos no sentido lato). É na capital que a minha empresa decide, e é junto do poder de decisão que se evolui.
2. Nas cidades mais pequenas o acesso à cultura está bastante mais dificultado.
3. É em Lisboa que tenho a minha vida, os meus amigos e os meus familiares (e que peso tem este ponto).

Passo agora a alguns dos positivos:
1. A qualidade de vida é significativamente melhor, com mais tempo para a minha filha e para a minha mulher. Para aumentar a qualidade de vida temos menos poluição, menos stress, mais tempo, entre muitos outros pontos.
2. A minha filha e a minha mulher, e eu claro, teremos uma vida mais próxima, com maior diálogo e relação.
3. Poderemos ter uma horta (e os dois queremos muito isso). Ter terra, ter arvores, ter a natureza à nossa volta.

Dei o nome de "A OPÇÃO" ao post porque neste momento se abriu uma janela (a porta ainda não está aberta mas serei eu a decidir se a quero abrir ou não) para conseguir transferência para Portalegre. Tenho a casa da minha Avó, que não vive lá, em Portalegre. Parece que estive dois anos à espera desta oportunidade. Mas a verdade é que a decisão não é facil de tomar. E eu ainda não tomei a tomei. Porque não sei o que devo fazer. Se estou inclinado para ir, tenho medo de decidir.

quarta-feira, outubro 06, 2004

POLUIÇÃO

Estive recentemente a ver, na RTP2, um programa que tinha como tema base a poluição criada pelo Homem. Ficou-me na cabeça uma frase e que foi mais ou menos isto - Tudo o que o Homem produz acaba, mais dia menos dia, no lixo. Isto faz-nos pensar. Em primeiro lugar, o programa abordava a problemática das lixeiras e mostrava um impressionante: a lixeira de Nova Iorque. Abordava igualmente temas como o desenvolvimento de produtos químicos e a sua crescente evolução desde à cerca de 50 anos. Produtos que inicialmente eram vistos como não nocivos à saúde mas que hoje sabe-se os males que fazem ao solo e à nossa própria existência.

O programa falou, naturalmente, de muitos outros aspectos relativos à poluição. Gostava aqui apenas de salientar o seguinte: O meio ambiente deveria ser um problema de todos – neste momento há muitos que não se preocupam. E vai acabar por ser.

Tendo isto em conta deveremos ter alguns cuidados, connosco e com o meio que nos rodeia, que considero básicos:

1. Não só pela poluição que os produtos criam devemos ter o cuidado de comprar apenas o que necessitamos. Muito embora isto seja difícil pela sociedade consumista que nos envolve, deverá ser uma preocupação de todos.
2. Devemos todos reciclar. Podemos pensar que não é muito mas acredito que devemos fazer o que está ao nosso alcance. Este é um passo, e creio que um grande passo.
3. Deveremos sempre que possível optar por comprar produtos reciclados. Podem ser mais caros mas a compra de muitos fará com que os preços baixem.
4. Deveremos adquirir produtos biológicos. Mais uma vez, podem ser mais caros mas se todos os escolhermos a sua tendência é a descida de preços. Estes produtos, não só são melhores para a nossa saúde a curto prazo, como o são a longo prazo para o planeta já que, para a sua produção, não recorrem a produtos nocivos ao ambiente.
5. Sempre que possível devemos optar por andar de transportes públicos e/ou a pé – nem vale a pena dizer o porquê.

Muitos mais passos podem ser dados no sentido de melhorar o ambiente no nosso planeta. Se todos dermos alguns destes já não é mau. Algum dia vamos ter que olhar de frente para este problema. E quando mais cedo, melhor.

terça-feira, outubro 05, 2004

TELEVISÃO

Li à algum tempo aquele que foi o último livro (ou textos) de Karl Popper antes da sua morte. "Televisão: Um perigo para a Democracia" é um daqueles livros que se lê num dia mas que nos di muito sobre a evolução e o poder da televisão na sociedade mas que também nos mostra uma interessantíssima visão de Popper.


Televisão: Um perigo para a democracia

"A Democracia consiste em submeter o poder político a um controle. É essa a sua característica essencial. Numa democracia não deveria existir nenhum poder político incontrolado. Ora, a televisão tornou-se hoje em dia um poder colossal; podemos mesmo dizer que é potencialmente o mais importante de todos, como se tivesse substituído a voz de Deus. E será assim enquanto continuarmos a suportar os seus abusos [...] Nenhuma Democracia pode sobreviver se não pusermos cobro a esta omnipotência" - Contracapa do referido livro, que além das fundadas opiniões de Popper têm ainda um estudo efectuado e descrito por John Condry.

Este livro não só nos descreve a realidade nua e crua das negativas influências da televisão, da sua crescente e errada utilização, como ainda nos apresenta soluções. De uma forma sucinta a ideia de Popper, que partilho (pelo menos na sua grande parte), é a seguinte: os jornalistas e agentes televisivos (como directores de programas) deveriam estar sujeitos a um código de ética que apontava a programação para a educação e a evolução intelectual de quem visse os programas. Falhas nessa conduta levariam à perca da carteira e impossibilitava essa pessoa de voltar a "fazer" televisão. No fundo seria algo idêntico ao que acontece hoje com os médicos profissionais.

Acredito que o problema das televisões, a falta de qualidade da sua programação, o número crescente de horas que as crianças passam à sua frente bem como a incapacidade de serem criadas regras, tem que ser rapidamente colocado em cima da mesa para discussão. E isto deverá ser feito rapidamente sob pena do poder da televisão se tornar imparável.

segunda-feira, outubro 04, 2004

LOCAIS

Recebi hoje o "diário de viagem" da lua de mel do meu primo no Peru - caminho dos Íncas. Invejável. Uma viagem pouco convencional mas seguramente mais interessante que aquelas que estamos habituados. E seguramente menos monótona. As fotos são lindíssimas, inesquecíveis. Um local para descobrir. Um local para aprender.

Cada vez mais os novos casais, quando casam, viajam para os chamados destinos típicos (Varedero, México, Punta Cana, etc...). São viagens, no mínimo, monótonas. Não têm interesse e quando existe algo de interessante a circundar o local, as pessoas preferem praia e ficar de "papo para o ar". Porquê? É uma questão interessante mas para a qual não tenho uma resposta clara. De qualquer forma vou dar uma opinião.

Existe um desinteresse notório, felizmente não generalizado mas elevado, por questões culturais e artísticas. São muitas as pessoas que não gostam de ver museus nem de conhecer outras culturas. De pasear e ver as cidades com olhos de ver. De olhar à volta. De aprender. A única coisa que pretendem nas férias é descansar. E é legítimo. Mas ao mesmo tempo triste. Por isso mesmo optam única e exclusivamente por viagens empacotadas pelas agências. Sem criatividade, tal como elas. É pena.... mas é um espelho daquilo que as pessoas são.

A perca de criatividade e imaginação é, nas viagens como em tantos outros pontos, mais um fruto negativo da sociedade onde vivemos. Mais uma vez acredito que devemos fugir desses pacotes e procurar algo diferente que usualmente se torna mais divertido e interessante, mais educativo e muito mais proveitoso, mesmo para o descanso da mente.

sábado, outubro 02, 2004

PORTO SANTO

Fui este ano, em Agosto, passar com a minha família e alguns amigos de longa data, uma semana à ilha de Porto Santo. É um local que aconselho, muito particularmente a quem, como eu, tem filhos (uma no meu caso). As praias são, como toda a ilha, envoltas por uma calma tranquilizadora. Um mar fabuloso e uma temperatura excelente.


Porto Santo, Agosto 2003 Posted by Hello

A sua paisagem lunar é maravilhosa e permite passeios lindissimos.


Porto Santo, Agosto 2003 Posted by Hello

Recantos verdadeiramente paradisiacos acompanham-nos diariamente.


Porto Santo, Agosto 2003 Posted by Hello

Mas é a cor do mar que mais marca esta viagem. A cor e a temperatura, que permite longos banhos calmos, mergulhos e brincadeiras que qualquer adulto tem a necessidade de efectuar.


Porto Santo, Agosto 2003 Posted by Hello

Deixa-nos sem palavras o mar.


Porto Santo, Agosto 2003 Posted by Hello

Claro que era na esplanada da Tia Maria que, com caipirinhas a €2,5 terminava qualquer dia. E que dias bons foram aqueles. Enfim, para o ano há mais.

O ESTADO DO ESTADO

O estado do Estado é neste momento uma lástima. Devo mesmo dizer que, desde que tenho opinião política, e já lá vão cerca de 13 anos, nunca vi o nosso governo, os nossos políticos e dirigentes, num estado tão vergonhoso. Vou dar a minha opinião apenas sobre 3 dos actuais ministros, por forma a que não me torne cansativo. Vou falar da ministra da educação e dos ministros das finanças e ambiente.

EDUCAÇÃO - Não quero aqui falar sobre o problema que foi a falha na colocação da listagem das colocações nem se a culpa foi do ministério (que pelo que sei alterou o algoritmo de escolha à última da hora), ou da empresa informática envolvida (Compta). Mas ainda assim há dois pontos que quero mencionar: 1º Trabalho na área das telecoms e nunca vi nenhum contrato informático de 15 anos - estranho e seguramente muito lucrativo para alguns (seguramente que não para o bolso dos Portugueses). 2º Porque é que será que nestas situações aparecem sempre ministros ou ex-ministros ligados às ex ou actuais administrações das empresas privadas envolvidas.
Não quero, como disse, falar mais sobre a problemática referida. Gostava apenas de mencionar que a atitude sobranceira, despreocupada e leviana com que a ministra da educação tem levado este problema é de extremo mau gosto e falta de chá. A forma como fala aos jornalistas nas ruas e conferências de imprensa é vergonhosa e demonstra bem a sua falta de empenho e preocupação. Mesmo que não fosse um problema dela passou a selo.

FINANÇAS - Ouvi com espanto e vergonha a notícia sobre as reformas dos dois ex-administradores da Caixa Geral de Depósitos, uma empresa pública onde o dinheiro pertence a todos nós. Cerca de 15.000 Euros mês é indescritível. Ouvi igualmente o ministro Bagão Felix dizer, e cito, que era "obsceno" tal valor. Que iria rever as regras para que tal não se repetisse. Qual não foi o meu espanto quando, dias depois, ouvi a notícia que tal valor tinha sido acordado com o governo, ou seja, teve a sua aprovação. Mas como é que o ministro vem inicialmente dizer que considera escandaloso, obsceno mesmo, aquele valos, quando afinal ele foi, pelo menos aparentemente e não o ouvi desmentir isso, estabelecido com a aprovação/acordo do próprio? Eu nem sei o que dizer perante isto. Apenas que é uma vergonha.

AMBIENTE - Mais uma notícia interessante, depois dos embaraços iniciais, sobre o ministro do ambiente. Agora surge nos jornais a informação que o ministro adquiriu uma pequena casa na Arrábida (Parque Natural) e que construiu uma moradia de cerca de 160m2. Pouco tempo depois vem um acessor do ministro informar que já tem consigo toda a "papelada" para demonstrar a legalidade do acto do ministro. Creio que será importante referir que, segundo informação também noticiada, o referido ministro era, à data de construção da referida moradia, advogado da câmara em questão. Ora, como todos sabemos, não é a legalidade dos papeis que está em questão mas sim a forma como, supostamente, foram obtidos. Mais uma vez... vergonhoso.

De facto, os nossos políticos, na generalidade, não merecem a minha confiança. Mas isso não passa da minha opinião.