domingo, maio 30, 2004

EU FUI

Estive ontem no Rock in Rio Lisboa. Fui para ver e ouvir, em primeiro lugar, Peter Gabriel. Lembro-me de estar no 8º e 9º ano e ouvir este senhor do Rock. Por isso fui.

Cheguei pelas 19 horas, já o Rui veloso tinha começado. Estive a dar uma volta apenas para ver o bonito espaço. Conheci as várias tendas espalhadas e fui ver o Gilberto Gil.

Gostei muito de Ben Harper. Jet, que não conhecia, foi também bastante interessante. Mas o mais interessante foi ver uma organização extremamente bem montada, um grupo de pessoas de todas as idades, dos 3 aos 60, a divertirem-se por uma causa. Por um mundo melhor.

O Peter Gabril foi excelente. Um monstro em palco, uma voz fabulosa, musicas com causas. Foi de facto excelente. Terminou às 3 horas e 20 minutos.

Vamos tentar fazer o mundo melhor de outras formas. Vamos ser melhores, vamos ajudar o próximo, vamos ser felizes tornando os outros pelo menos um pouco mais felizes.

Eu fui. Gostei muito.


Rock in Rio Lisboa - 29, Maio, 2004 Posted by Hello

quarta-feira, maio 26, 2004

DESPORTO I

Sou do Benfica. Isto não se explica nem vale a pena discutir. Sou porque sou. E serei sempre. Sou um adepto ferrenho mas jamais fanático.

Não queria deixar passar o dia de hoje sem dizer uma coisa. Hoje gostei de ver o Porto ser Campeão da Champions League. Festejei os golos. Festejei a vitória. Parabéns Porto.

RELIGIÕES

Não sou católico. Não sou religioso. Vivo numa sociedade Cristã, maioritariamente católica, mas não sigo o dogma de fé a que os religiosos tanto se apegam (ou pelo menos a maioria deles). Não me identifico com a religião católica e não acredito em mais do que na História que, ainda assim, não creio que esteja muito bem contada, ou tem sido adaptada à medida dos interesses da altura. Mas tenho pena. Deve ser tranquilizante, um apoio em momentos difíceis.

Recentemente li um pouco sobre Budismo. Os textos do actual Dalai Lama mexem um pouco comigo e fazem-me pensar bastante, mas não acredito em algumas das bases do Budismo, nomeadamente na reencarnação. Ainda assim, o simples facto de existir alguma dúvida se é uma religião ou uma filosofia, despertou o meu interesse.

Depois de ler o livro Samsara houve um ponto que ficou retido – “O ideal é fazer bem aos outros. Caso não consigas fazer bem aos outros, pelo menos não lhes faças mal”. Tenho tentado ao máximo seguir isto. Creio que tenho conseguido.

Mas em termos de religião, não acredito. Não tenho fé. Acho que os milagres são lendas. Mas aceito. Aceito todas as religiões. Só não gosto do fanatismo, como em tudo, das seitas, dos exageros, isso não. Poupem-me. Eu também não obrigo ninguém a não ter fé, a não acreditar.

Sou Ateu. Ponto.

terça-feira, maio 25, 2004

NÃO ACREDITO

Acredito em muito pouco.
Não acredito em nenhuma religião... e os dogmas não se discutem... ou se acreditam ou não. Eu não acredito.
Não acredito no sobrenatural, no hipnotismo hipócrita nem na vida depois da morte.
Não acredito nesta democracia corrompida e sem nenhum interesse no bem-estar do ser humano.
Não acredito no capitalismo que nos torna escravos do trabalho.
Não acredito nas empresas que querem apenas alimentar o capitalismo e fazer sobressair a diferença de classes.
Não acredito nos políticos que se limitam a fazer de nós parvos.... e nós aceitamos isso sem nada dizermos.
Não acredito em chefes.
Não acredito na gestão.
Não acredito nas frases feitas.
Não acredito no marketing nem na publicidade.
Não acredito na guerra.
Não acredito na felicidade que me passa ao lado e quase não dou por ela.
E cada vez acredito em menos coisas......

segunda-feira, maio 24, 2004

TEMPO I

O tempo. Há muito para falar sobre o tempo. Hoje vou falar da falta de tempo. É comum ouvirmos dizer “não tenho tempo”. É provavelmente a maior mentira do século. A ausência de tempo.

Todos temos exactamente o mesmo tempo. 24 Horas por dia, 7 dias por semana, até morrermos. O que nem sempre nos lembramos é das opções que tomamos. São as opções, as escolhas, que nos definem o tempo. Temos sempre tempo para fazer algo mas esse algo depende da nossa escolha. Eu escolho trabalhar até tarde e chegar a casa às 22 horas ou ir ao cinema e chagar a casa à mesma hora. E tenho o mesmo tempo.

Muitos dizem que não têm tempo porque o trabalho não o permite. Mais uma vez é uma escolha. Eu opto por trabalhar mais com alguma finalidade. Escolho tentar dessa maneira progredir na carreira, ou simplesmente ter carreira. Mas existe sempre outra opção, tão ou ainda mais válida. A opção de usar o tempo para fazer outras coisas. Para ler, para descansar, para meditar, para trabalhar, para jogar, para namorar, para brincar...... tempo para não fazer nada.

Numa sociedade em que tempo é dinheiro, a correcta ocupação do tempo varia de acordo com as nossas opções. A minha opção vai no sentido de cada vez procurar ter mais tempo para fazer o que gosto. Tempo para brincar, tempo para ler, tempo para pensar.

A minha carreira só será de sucesso se eu estiver bem comigo, se tiver tempo para mim. Antes disso não quero nada, nem tempo, porque não o saberei usar.

O PODER DOS BLOGS

É muito interessante o poder dos blogs. Até que ponto é que um blog é ou não importante, lido e acima de tudo percebido.

Foi com muito agrado que recebi o primeiro comentário ao meu blog. Uma pessoa totalmente desconhecida, sem que eu lhe desse qualquer informação, leu o meu blog. E mais do que ler, comentou. Alguém leu e comentou aquilo que me ia na alma. Obrigado Afrodite, obrigado por leres e ainda mais por comentares. Que interessante se tornou ter o meu blog.

Não tenho qualquer pretensão de ter um blog muito lido. Quero apenas emitir a minha opinião, a minha forma de ser e estar e, se alguém a ler, tanto melhor. Se alguém a comentar melhor ainda. Mas o mais interessante é poder ser lido por pessoas que não conheço e partilhar com elas ideias e pensamento.

Mas afinal para que é que servem os blogs? Porque é que existem tantos e com tantos temas? Nos dias de hoje as pessoas não são ouvidas por ninguém, fala-se cada vez menos, os casais não conversam, os jovens não têm sequer temas de conversa. É sem dúvida uma geração com poucas histórias para contar e isso nota-se nas suas conversas, ou nas nossas conversas. Não temos nenhuma revolução para comentar, a política diz-nos pouco e tudo anda à volta de uma economia corrupta em que cada vez menos acreditam – que temas havemos nós de conversar?

Nos blogs diz-se o que nos vai na alma. O que sentimos e o que queremos. E eu nem sequer quero saber se alguém lê ou não. Eu digo. E posso dizer. Esse é o poder dos blogs, a possibilidade de dizer, ser lido caso alguém queira ler, receber comentários e debater. Mas se ninguém ler, tudo bem, eu não deixo de dizer. Temas soltos, conversas várias, ideias comuns ou não. Eu tenho um blog onde digo o que penso....... e espero continuar a ter.


sábado, maio 22, 2004

GRÉCIA 2003

A Grécia é um país bonito. Estive lá com a minha mulher em 2003 mas visitei poucas ilhas (não estive muito em locais muito turísticos). Fiz uma viagem de um dia por três ilhas turisticas (Egina, Póros e Hidra). A Ilha de Evia, onde fiquei, acabou por se mostrar uma agradável surpresa - depois de uma primeira impressão muito má. O aluguer de um carro levou-me para longe do horrivel hotel onde estava e a beleza da ilha conquistou-nos.


Ilha de Evia, Grécia 2003 Posted by Hello


Ilha de Evia, Grécia 2003 Posted by Hello

Achei Atenas muito interessante e o seu lado histórico grandioso - mesmo estando apenas durante um dia. É maravilhoso pensar que estamos onde todo o pensamento moderno, a estrutura filosófica actual, nasceu. Não fiquei com má impressão da poluição (que sem dúvida existe mas não é um incómodo insuportável) e encontrei muitos monumentos lindissimos.


Atenas, Grecia 2003 Posted by Hello

Paisagens naturais muito bonitas e esta gaivota a olhar para mim como que a querer dizer algo.


Grécia 2003 Posted by Hello

Um local diferente, onde não encontramos apenas praias bonitas, história e arte, mas com muitos pontos de interesse.

O MEUS VINHOS DE ELEIÇÃO

Esta é a minha lista de vinhos favoritos. Os que mais prazer me dá beber. São vinhos que bebi recentemente e que, não sendo um grande conhecedor, podem servir apenas como indicadores.

Branco da Gaivosa 2001 – €7
Esporão Reserva 2000 (Branco) – €9
Vinha D’Ervideira Branco 2001 – €6
Tapada do Chaves Branco 2000 – €7

Quinta da Gaivosa Tinto – €30
Duas Quintas Tinto – €15
Esporão Reserva Tinto– €16
Esporão Syrah – €10
Piriquita Tinto 2000 – €4

Vale a pena experimentar. Espero acrescentar mais alguns à medida que os considere interessantes.

sexta-feira, maio 21, 2004

GESTÃO MODERNA

Ao contrário do que usualmente se costuma dizer, a gestão das empresas virada para o lucro não creio ser a solução para a evolução económica do país. Pelo menos eu não acredito nisso.
Hoje as pessoas estão mentalizadas que têm que trabalhar para que a sua empresa tenha lucro para que possa crescer economicamente e para que individualmente esse crescimento seja também sentido (quer pessoalmente quer a nível monetário). Na prática, as pessoas esforçam-se e sofrem por um rosto que não existe e apenas uma ínfima parte ganha com isso. Usualmente quem ganha é que já tem um lugar elevado sendo que os trabalhadores mais baixos (em termos hierárquicos) em nada evoluem e em nada sentem o retorno do seu esforço. Muitos dizem que o que recebem em troca é trabalho e a possibilidade de continuarem a trabalhar. Mas esse é um engano, a teoria do medo lançada para o mercado de trabalho.
O estado nasceu para proteger os indivíduos e não podemos permitir que as empresas usem as pessoas como o fazem actualmente. O accionista não tem rosto e o poder do lobby corrompe. A geração de riqueza só é benéfica quando distribuída por todos. De outra forma aumenta a desigualdade entre classes.
A finalidade das empresas não pode ser o lucro mas sim o bem estar da sociedade e das pessoas.

quinta-feira, maio 20, 2004

SER RICO

Uma grande parte das pessoas quer ter mais dinheiro com o intuito de fazer mais, comprar mais e viver melhor. Para isso trabalha mais com o objectivo de ter mais prémios ou subir hierarquicamente e ter um ordenado melhor. Com isso despende tempo que deixa de ter para outras coisas.
Com a finalidade de ter uma vida melhor, temos uma empregada em casa que nos ajuda nas arrumações e limpezas e para a qual optamos por pagar um valor que consideramos necessário para melhorar a nossa vida. Mandamos passar a roupa fora e encomendamos comida fora. Trabalhamos mais para ter esse dinheiro.
Com a finalidade de termos menos preocupações e de darmos mais e melhor educação aos nossos, colocamos os filhos nos melhores colégios possíveis, para os quais optamos por pagar um valor que consideramos o necessário para o efeito. Para isso temos que trabalhar mais.
Com a finalidade de descansarmos um pouco do ano de trabalho intenso marcamos férias cada vez mais “diferentes”, férias estas onde despendemos o dinheiro que achamos justo ou possível para esse merecido descanso. Passamos pois o ano a trabalhar para esses 22 dias, e é neles em que pensamos durante o resto do ano. Para isso temos que trabalhar mais.
Trabalhamos mais para termos mais e quanto mais trabalhamos mais precisamos.
Mas será que vale a pena? Será que queremos ser ricos? Ou melhor, o que é que é ser rico? Pois eu acho que ser rico nada tem a ver com dinheiro........ uma grande amiga minha costuma dizer..... “O que custa não é viver, é saber viver”.

quarta-feira, maio 19, 2004

FELICIDADE

Tenho uma casa onde tenho praticamente tudo aquilo que necessito. Tenho quadros bonitos, móveis que gosto, plantas que lhe dão vida. Tenho uma boa televisão, centenas de filmes e ainda mais álbuns de musica. Tenho livros para ler, roupas e todos os bens considerados necessários para que possa viver feliz. Mas não o sinto.

Tenho um emprego estável numa dita grande empresa onde ganho o suficiente para fazer o que considero o suficiente para ser feliz. Sou tão materialista como provavelmente todos o são, mas sei que tenho um carro que gosto e não quero outro, tenho amigos que gosto e não necessito de mais, tenho colegas com quem me dou bem. Tenho o que se considera necessário para se ser feliz. Mas não o sinto.

Tenho uma mulher bonita que amo, uma filha lindíssima que amo ainda mais. Foi com elas que passei os melhores momentos da minha vida e seguramente os em que me senti mais perto ou mesmo mais feliz. Tenho uma família que sempre me deu o que necessitei, sempre me apoiou e sempre foi amiga. Delas não exijo nada, não quero nada, porque já me deram tudo. Tenho o que se considera necessário para se ser feliz. Mas não o sinto.

Tenho a certeza que quero ser feliz e a noção que nunca o serei. Porque sei que a felicidade não é eterna, também tenho que deixar de querer que o seja. Porque não acredito nela como mais do que um momento, devo deixar de a exigir. Porque jamais a sentirei por mais que esse momento que ela é, não posso ter a esperança de a manter.

E esse momento, quando surge, e pode faze-lo sob a forma de um beijo da minha filha, de um sorriso da minha mulher ou de um consolo da minha mãe, vale tanto durante tão pouco que muitas vezes nem o sinto.

Mas que merda de vida levo onde sei que o que tenho seguramente trás felicidade à grande maioria das pessoas e a mim me deixa quase que ainda mais insatisfeito. Que merda o querer mais e mais e mais. O querer algo em que as pessoas não pensam ou se pensam não o fazem de uma forma aberta. Que merda não conseguir através da simplicidade chegar onde nem com tudo lá chegarei. Que merda não conseguir lá chegar. Que merda ter tudo o que é considerado necessário para ser feliz mas não o sentir.


Alegrete 2003 Posted by Hello

Vou apenas tentar ver mais vezes esses pequenos momentos e pensar..... "estou feliz".

INUTILIDADES PARTE I

O mundo está cheio delas. De todas as espécies. Hoje quero falar das inutilidades materiais e de como já não podemos viver sem elas (nem com elas muito embora nem sempre nos demos conta disso). É a bola de neve da economia global. Vive das inutilidades, obriga-nos a viver com elas e nós já as temos como uma necessidade assumida, como uma utilidade.
Todos os dias nos confrontamos com a necessidade de adquirir aquilo a que já chamamos bens (não de primeira necessidade mas de segunda ou terceira). As nossas casas estão cheias de produtos que se pensarmos conscientemente são inúteis e que os compramos pura e simplesmente por comprar. A grande parte das compras que fazemos pode ser evitada pelo simples facto de não ser necessária. Mas porque é que as continuamos a fazer?
O que torna interessante todo esta envolvente é que todos temos consciência desta realidade mas nada fazemos para a alterar. Sempre que compramos algo acabamos por nos manter envolvidos nesta “bola de neve”. E falo de bens tão simples como utensílios de cozinha com várias formas e cores mas sem diferença em termos práticos, de tapetes quadrados, redondos e ovais ou de canetas compridas ou curtas – a nossa necessidade primária fica satisfeita com qualquer um dos produtos.
Não deixa de ser interessante uma análise cuidada à pirâmide de Maslow, tentando introduzir esses produtos nos diferentes níveis. O intrigante é que muitos satisfazem exactamente as mesmas necessidades e ainda assim somos impelidos a adquirir mais e mais do mesmo.
O que é que podemos fazer para sair deste puro materialismo? Pensar nele. Acredito que se pensarmos seriamente nisto durante o tempo suficiente poderemos conseguir abandonar este vicio de ter, de comprar, sempre mais e mais.
É aqui que se dá o grande contra-senso. Caso a sociedade em geral tome consciência e consiga alterar o seu comportamento face a estas inutilidades, a sua tendência é morrer. A economia sustenta-se, desde à vários anos, na compra e venda dessas inutilidades. Sem elas as empresas fecham, os empregados são despedidos e deixa de existir capacidade para a compra dos outros bens, esses sim necessários. É uma bola de neve da qual já não há forma de nos vermos livres. Mas é uma bola que tem de ser e vai seguramente ser travada. A dúvida é quando e como.
Vamos apenas tentar ser um pouco mais abrangentes nesta breve análise. Na prática, caso deixemos de adquirir estas inutilidades as empresas que as fazem deixam de as vender e das duas uma: ou fecham com o consequente desemprego associado, ou mudam o produto que fabricam (até encontrarem algo que a sociedade considere de facto útil). Se com a segunda opção o mundo fica melhor, a dúvida está em perceber o que acontece caso a primeira seja que vinga (e essa vai de facto ter que acontecer na maioria dos casos). O que acontece é apenas uma coisa; essas pessoas deixam de fazer inutilidades. Ponto. A pergunta natural é o que é vão então fazer...... a resposta será sempre difícil mas espero sinceramente que passem a fazer utilidades. O ser humano sempre foi, ao longo da história, capaz de superar as fases economicamente negativas, com soluções evolutivas. Essa evolução é, a meu ver, necessária na actual conjuntura.
É que se por um lado a abolição deste materialismo será perigoso, mas a meu ver necessário, a sua manutenção é desastrosa. Mas também sabemos que é apenas quando caminhamos para o caos que se evolui.