sexta-feira, julho 09, 2004

ESTADO POLÍTICO III

Não concordo com a posição hoje apresentada pelo Presidente da República. E não concordo pelos seguintes pontos que passo a expor:

1 - Com a necessidade de apresentação de um novo programa eleitoral pelo também novo governo, o povo deveria ser obrigatoriamente chamado a escolher.

2 - O programa sufragado à dois anos está longe de estar a ser cumprido pelo que é obrigação do presidente ter em conta este facto político. As grandes promessas bandeira do PSD não se cumpriram. O povo deve ser consultado. Se juntarmos a isso o primeiro ponto, as eleições antecipadas eram de facto fundamentais.

3 - A actual coligação existente na assembleia nunca foi legitimada pelo povo. Foi formada após as eleições legislativas e passou apenas por eleições europeias. Esse resultado foi o conhecido pelo que mais uma vez existe legitimidade para a dissolução e convocação de eleições.

Não quero com isto dizer que não respeito a decisão do Presidente da República.

Também não creio que as palavras do presidente tenham como finalidade nem tão pouco como base a legitimação do actual programa do Governo. Creio que o que foi dito é que o povo votou um programa que se deverá manter - daí a frase sobre o facto de não tolerar ou aceitar mudanças radicais na política do governo, e caso ele não seja cumprido (na minha opinião não está neste momento) então ele poderá dissolver a assembleia da república.

Devo apenas acrescentar que segundo a minha opinião, o país está neste momento entregue a políticos sem escrúpulos, ao populismo barato e à lei do Lobby. O populismo será mesmo a tónica que mais notará, e o perigo do abuso de poder existe.

Devemos respeitar a decisão mas devemos também criticar. Eu não concordo.

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