segunda-feira, junho 07, 2004

UMA VIDA NORMAL

Gostava de saber escrever. De escrever estórias. De colocar em papel tudo o que me vai na alma e poder ser lido. Ou de imaginar um romance, um conto ou ficção e transmiti-lo. Gostava. Mas não só não sei escrever como não tenho estórias para contar.

Numa época em que qualquer um escreve um livro e, por muito mau que seja, ele é lido, não gostava de escrever algo sem sentido. É verdade que sempre se escreveram bons e maus livros, como agora, mas creio que hoje, com a facilidade de divulgação, impressão e exposição, se colocam à venda mais livros sem qualquer qualidade. Isso não queria.

Queria saber escrever. Queria saber transmitir correcta e atraentemente o que me vai na alma, o que me ocorre, o que sinto. Queria ter estórias para contar, ter imaginação para as criar, ter quem gostasse de as ler.

Se calhar um dia escrevo. E nesse dia creio escreverei sobre um homem normal que tem uma vida normal, com uma família normal e um trabalho normal. Que faz dos seus normais hobbies um divertimento normal, que lê o que normalmente se lê, pensa como normalmente se pensa, acredita no que é normal. Sobre um homem que vive normalmente e faz dessa normalidade a sua opção. Sobre um homem que quando chega aos 30 anos pensa “Tenho mesmo uma vida normal... estou farto”.

Qualquer dia escrevo um livro normal.

2 comentários:

Claudia Matos Silva disse...

Já comecei a escrever tanta coisa, mas depois percebo que não tenho capacidades para acabar. Vibo um pouco frustrada com isso.

www.mil-imagens.blogspot.com

Marta disse...

E porque não? Escreves bem, já é um bom começo. Bj