Tenho uma opinião um pouco controversa sobre o terrorismo. Naturalmente que sou frontalmente contra, mas acredito que para o combater não o devemos fazer pela força das armas mas sim pela força das palavras.
Recentemente ouvi o debate Pacheco Pereira Vs Mário Soares com a atenção suficiente para me aperceber que muitos dos que apoiam os EUA (e se identificam com a opinião do Pacheco Pereira) na sua investida contra o terrorismo o fazem dando uma total carta branca para que os EUA ajam da forma que entenderem melhor, seja ela qual for. Isso é claro com o decorrer do tempo e mesmo que admitindo o errada invasão do Iraque se dizer que tal tinha que ser feito. Muito há para dizer à volta diste ponto mas não vale aqui aprofundar muito o tema.
É também claro que não existe uma forma simples e rápida de resolver este problema. Mas é também claro que nos devemos apoiar na história para não cometer os mesmos erros. Creio que será imprescindível perceber o porquê do terrorismo para o combater, e esse combate terá que passar pela negociação. Para os que dizem que isso não é possivel, que não se sabe com quem se negoceia, peço que olher para a história recente, e pode ser na Europa, nos casos do IRA e da ETA. Como é que se resolveram estas situações? Como é que se chegou a um acordo? foi pela força? isso foi tentado mas não resultou. Foram negociações. E será que não existem negociações já com terroristas, por exemplo, em casos de sequestro, como recentemente aconteceu em Itália? claro que existem. Na vida, tudo se negoceia, até a guerra.
Mas porque é que os EUA não têm tanto interesse nessa negociação/resolução do problema? Claro que também não tenho uma resposta. Ainda assim, acho que devemos olhar para algumas questões. Creio ser minimalista pensar que estamos apenas a falar de petróleo. A verdade é que o Iraque é um ponto muito bem situado no Médio Oriente e os EUA precisam que controlo geo-estratégico na região, para manter a região "debaixo de olho" e os interesses económicos estáveis. É também verdade que os EUA têm uma industria de armamento muito forte e que necessita de "escoar" produto para poder produzir mais.
Finamalmente, e porque o post vai longo, qual o resultado deste tipo de intervenção dos EUA? Em primeiro lugar, uma opinião pública cada vez mais contra os EUA, o que infelizmente fortalece o Terrorismo, e muito preocupante, uma opinião pública no Médio Oriente a apoiar cada vez mais as faces do terrorismo. Em segundo o fim do contra peso no Médio Oriente contra o Irão, que ao ver o Iraque "desaparecer" se torna numa potência preocupante naquela zona (e o resultado disso começa a ver-se).
Gostava a penas de voltar a referir que sou frontalmente contra o terrorismo, aliás, contra qualquer acto de violência.
Enfim, espero que se ultrapasse rapidamente este conflito, muito embora acredite que o pior ainda está para vir.
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